Por Hugo Mariano, sócio proprietário da Ankoo Seguros (Recife-PE) e influenciador da Lojacorr
O despertar: quando a visão finalmente se torna clara
Você já parou para pensar quanto realmente vale cada hora da sua vida como corretor de seguros?
Não estou falando do quanto você ganha no fim do mês ou da comissão que cai na conta depois de fechar uma apólice. Estou falando do valor real de cada hora que você dedica ao seu trabalho.
Cada tique-taque do relógio é uma troca: de energia, de esforço e, principalmente, de tempo de vida. E quando você entende isso, é como se colocasse óculos depois de anos com a visão embaçada. Tudo fica mais nítido. Você começa a enxergar com clareza o que antes passava despercebido.
A armadilha cultural que nos prende
Nós, brasileiros, fomos culturalmente condicionados a pensar apenas no montante final. O salário do mês, a comissão recebida, o prêmio conquistado. É uma visão que nos limita, porque poucos param para calcular o que foi necessário fazer para chegar até lá.
Quantas horas foram gastas? Quantas energias foram drenadas? Quantos deslocamentos, reuniões, burocracias e processos consumiram o que você tem de mais valioso?
O resultado dessa equação muitas vezes assusta: aceitamos negócios que parecem vantajosos no papel, mas que, na prática, drenam tempo e energia em proporções que não justificam o retorno.
E é exatamente aqui que mora o perigo. Trabalhamos mais, ganhamos menos, e ainda achamos que estamos indo bem porque o número final parece bonito.
A matemática que revoluciona seu negócio
Pense em um exemplo prático que vai clarear sua mente: se a sua hora de trabalho vale R$ 200, e você fecha um produto que exige 10 horas de dedicação entre prospecção, negociação, implantação e pós-venda, a conta não é só o valor da comissão.
A conta real é esta: essas 10 horas equivalem a R$ 2.000 do seu tempo. Será que o produto que você está vendendo paga esse custo?
A transformação na sua perspectiva
Quando você começa a pensar dessa forma, o mercado literalmente muda diante dos seus olhos. Produtos que antes pareciam interessantes revelam-se verdadeiros ladrões de energia, enquanto outros, talvez menos glamorosos, se mostram estratégicos porque exigem menos tempo e entregam rentabilidade melhor.
Você deixa de trabalhar no escuro e passa a tomar decisões conscientes e fundamentadas. É como trocar o piloto automático pela direção estratégica do seu próprio negócio.
Mas essa lógica não para na escolha do que vender. Ela se estende para toda a organização da sua corretora, e é aqui que muitos corretores cometem um erro caro: acreditam que delegar tarefas é “gastar dinheiro”.
O mito caro da “economia”
Vamos aos números novamente. Se sua hora vale R$ 200 e você pode contratar alguém por R$ 15/hora para cuidar do operacional, isso não é despesa. É investimento estratégico.
Porque quando você delega, três coisas acontecem simultaneamente: você se liberta das atividades burocráticas que drenam sua energia, abre espaço para o que realmente gera crescimento – como relacionamento com clientes e prospecção de novas oportunidades – e preserva energia para estar presente onde realmente importa.
O custo invisível que mata resultados
E aqui tem um ponto que muitos ignoram: o desgaste de fazer o que não gosta não é apenas uma questão de tempo perdido. É uma questão de energia vital.
Conhece esse cenário? Você passa a manhã toda resolvendo burocracia. Quando chega a hora de atender um cliente, já está esgotado, sem paciência, sem criatividade. Esse desgaste custa caro porque corrói seu desempenho justamente na parte que mais importa para o crescimento do negócio.
O “barato” de não contratar alguém para ajudar sai caro no longo prazo. É um investimento que se paga sozinho quando você percebe o quanto sua energia e foco melhoram nas atividades que realmente movem a agulha do seu negócio.
Quando o consumo ganha nova dimensão
Essa consciência sobre o valor da hora não para no trabalho. Ela transforma até a maneira como você consome. Comprar algo deixa de ser apenas uma troca de dinheiro por bem de consumo e passa a ser também uma troca de horas trabalhadas por conquista.
Um carro, uma viagem, um celular novo… tudo isso representa quantas horas da sua vida você dedicou para conquistar. Esse entendimento gera escolhas mais conscientes. Você passa a consumir com clareza, não por impulso, porque entende que não está apenas gastando dinheiro, mas tempo de vida.
A clareza que transforma tudo
Esse olhar para a hora é genuinamente transformador. Ele muda a maneira como você escolhe os produtos que vende, como organiza sua corretora, como decide sobre delegação de tarefas, como consome e até como vive.
A clareza é tão poderosa que você começa a enxergar rentabilidade e propósito onde antes só via números soltos. O corretor que entende o valor da própria hora não trabalha mais no automático. Ele faz escolhas estratégicas, pensa a longo prazo, protege sua energia e investe no que realmente importa.
O divisor de águas
No mercado de seguros, onde cada cliente, cada apólice e cada relacionamento pode definir o rumo do nosso negócio, entender o valor real do nosso tempo não é apenas uma questão financeira. É uma questão de sobrevivência profissional.
É a diferença entre construir uma carreira sólida e sustentável ou apenas “correr atrás do prejuízo” eternamente. Quando você internaliza que tempo é seu ativo mais precioso – ainda que invisível –, cada decisão passa a ser calculada, cada energia passa a ser direcionada estrategicamente, e cada hora passa a ser um investimento consciente no seu futuro.
A pergunta que fica
A grande questão é: Você já parou para calcular quanto vale a sua hora?
Porque talvez essa simples conta seja o divisor de águas entre ser escravo da correria ou ser protagonista da sua própria trajetória. E quando você fizer essa conta, prepare-se: a resposta pode ser o despertar que você precisava para revolucionar completamente a forma como conduz seu negócio.
