A notícia do falecimento da cantora e compositora Preta Gil em Nova York, neste domingo (20) e o subsequente anúncio da família sobre a repatriação de seu corpo, dão ênfase a um aspecto muitas vezes negligenciado na contratação de seguros: a cobertura para remoção e traslado de restos mortais.
Para o corretor de seguros, este é um momento para educar e orientar seus clientes sobre a importância de estarem preparados para o imprevisto.
Repatriação de corpos é serviço essencial e desconhecido
A morte de uma pessoa querida já é um momento de dor e complexidade. Quando esse falecimento ocorre em outro país, como no caso de Preta Gil, que realizava um tratamento experimental nos Estados Unidos, a situação se agrava pela burocracia e, principalmente, pelos altíssimos custos envolvidos na repatriação do corpo.
O processo de traslado internacional envolve uma série de etapas complexas: emissão de atestados, embalsamamento, transporte aéreo ou terrestre, liberação alfandegária e consular, entre outros.
As despesas podem facilmente ultrapassar dezenas de milhares de reais, um valor que, somado ao luto, pode representar um peso financeiro insuportável para muitas famílias.
Importância do Seguro de Vida e do Seguro Viagem
Duas modalidades de seguro ganham destaque e devem ser um ponto focal na conversa com o cliente. Acompanhe.
- Seguro de Vida com cobertura de repatriação: muitas apólices de Seguro de Vida oferecem, entre suas coberturas adicionais, a assistência funeral completa ou a repatriação de corpos. O corretor deve mostrar a importância de verificar essa cláusula, garantindo que o segurado e sua família não sejam pegos de surpresa por custos exorbitantes em um momento de fragilidade.
Essa cobertura garante que todos os trâmites e custos do transporte sejam arcados pela seguradora, permitindo que a família se preocupe apenas com o processo de luto.
- Seguro Viagem: para clientes que viajam com frequência, seja a lazer ou para tratamentos médicos no exterior, o Seguro Viagem é uma ferramenta de proteção fundamental.
Além de cobrir despesas médicas e hospitalares, a maioria dos seguros incluem a cobertura para repatriação de corpo em caso de falecimento no exterior. O corretor precisa orientar o cliente a analisar cuidadosamente as condições e valores de cobertura desta cláusula antes de qualquer viagem internacional.
Como o corretor de seguros pode atuar
O caso de Preta Gil serve como um lembrete contundente de que a vida é imprevisível. Para os corretores, essa é uma oportunidade para:
- Proatividade na comunicação: aborde o tema de forma sensível e didática com seus clientes. Utilize notícias como a da Preta Gil para ilustrar a relevância da cobertura, sem ser insensível à dor alheia.
- Revisão de apólices: incentive seus clientes a revisar suas apólices de seguro de vida e viagem, garantindo que a cobertura de repatriação esteja inclusa e seja adequada às suas necessidades e estilo de vida.
- Educação contínua: mantenha-se atualizado sobre as diferentes opções de cobertura de repatriação oferecidas pelas seguradoras e suas particularidades.
Importante lembrar que, após a grande repercussão da morte de Juliana Marins, brasileira que caiu em um vulcão na Indonésia, o presidente Lula assinou um decreto de que o Estado arcará com os custos da repatriação de corpos de brasileiros falecidos no exterior.
As despesas, que incluem tanto o sepultamento quanto o traslado do corpo para o Brasil, serão cobertas pelo Ministério das Relações Exteriores. Essa medida será aplicada em duas situações principais: quando a família do falecido comprovar incapacidade financeira de arcar com os custos ou em situações de comoção nacional.