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Tendência

Seguros Paramétricos: a inovação que redefine a proteção e ganha força no Brasil

Modalidade utiliza gatilhos pré-definidos para agilizar indenizações e Seguros Paramétricos ganham cada vez mais relevância 

Seguros paramétricos são ideais para hidrelétricas.

O mercado de seguros está em constante evolução, buscando soluções mais ágeis, transparentes e adaptadas a um mundo de riscos cada vez mais complexos. Nesse cenário, os Seguros Paramétricos emergem como uma alternativa inovadora e eficiente, ganhando destaque no Brasil. 

Diferentemente das apólices tradicionais, essa modalidade oferece um novo paradigma para a gestão de riscos, especialmente atraente para setores expostos a eventos climáticos e outros gatilhos mensuráveis. Mas o que exatamente são os Seguros Paramétricos e por que seu crescimento é tão notável em nosso país?

O que são os Seguros Paramétricos?

Os Seguros Paramétricos, também conhecidos como seguros baseados em índices, funcionam de maneira distinta dos seguros tradicionais de indenização. Em vez de avaliar a perda real sofrida pelo segurado após um sinistro – um processo que pode ser demorado e complexo –, o Seguro Paramétrico baseia-se em um gatilho pré-definido e mensurável, conhecido como “parâmetro”.

Como funciona na prática.

  1. Definição do parâmetro: no momento da contratação, segurado e seguradora concordam sobre um índice ou parâmetro específico (ex: volume de chuva em milímetros, magnitude de um terremoto na escala Richter, velocidade do vento, temperatura média, etc.) e um limite (o “gatilho”).
  2. Monitoramento: uma fonte de dados independente e confiável (como estações meteorológicas, órgãos sismológicos, dados de satélite) monitora esse parâmetro.
  3. Ativação do gatilho: se o parâmetro atinge ou ultrapassa o limite pré-acordado, o sinistro é automaticamente caracterizado.
  4. Pagamento: a indenização, cujo valor também é definido previamente em contrato, é paga rapidamente ao segurado, sem a necessidade de uma avaliação detalhada dos danos específicos.

A principal vantagem reside na velocidade e transparência do pagamento, proporcionando liquidez quase imediata para o segurado lidar com as consequências do evento disparador.

Por que os Seguros Paramétricos estão crescendo no Brasil?

Diversos fatores impulsionam a adoção dos Seguros Paramétricos no mercado brasileiro.

  • Vulnerabilidade climática: o Brasil, com sua vasta extensão territorial e diversidade climática, está sujeito a eventos extremos como secas prolongadas, chuvas intensas, inundações e geadas. Os Seguros Paramétricos oferecem uma resposta eficaz para mitigar os impactos financeiros desses eventos.
  • Força do agronegócio: sendo um dos pilares da economia brasileira, o agronegócio é altamente dependente das condições climáticas. Seguros paramétricos atrelados a índices de chuva, temperatura ou umidade do solo são ferramentas valiosas para proteger produtores contra perdas de safra.
  • Necessidade de liquidez rápida: em setores como construção, energia e turismo, a ocorrência de eventos específicos (ex: chuvas que paralisam obras, falta de vento para energia eólica, furacões que afetam resorts) pode gerar perdas indiretas. A agilidade no pagamento do Seguros Paramétricos ajuda as empresas a manterem o fluxo de caixa e a retomarem suas atividades mais rapidamente.
  • Avanços tecnológicos: a melhoria na coleta e análise de dados (satélites, sensores IoT, Big Data) torna o monitoramento dos parâmetros mais preciso e confiável, viabilizando a estruturação de apólices paramétricas mais sofisticadas.
  • Complementaridade: os Seguros Paramétricos muitas vezes não substituem, mas complementam os seguros tradicionais, cobrindo riscos ou nichos que as apólices convencionais têm dificuldade em abranger ou fazendo-o de forma mais eficiente.

Aplicações práticas dos Seguros Paramétricos

  • Agricultura: cobertura contra seca (índice pluviométrico abaixo de X mm), excesso de chuva, geada (temperatura abaixo de Y °C).
  • Energia renovável: proteção para parques eólicos ou usinas hidrelétricas (nível do reservatório abaixo do limite).
  • Construção civil: cobertura para paralisação de obras devido a excesso de chuvas contínuas.
  • Turismo: indenização para hotéis e resorts em caso de furacões (velocidade do vento acima de W km/h) ou interdição de praias por tempo prolongado.
  • Eventos: cobertura para cancelamento devido a condições climáticas adversas pré-definidas.

O corretor na era dos Seguros Paramétricos

Explicar essa modalidade inovadora, identificar os riscos específicos do cliente que podem ser cobertos por parâmetros e auxiliar na estruturação da apólice ideal exige conhecimento e consultoria especializada. 

É um campo fértil para demonstrar expertise e oferecer soluções sob medida que vão além do tradicional.

Desafios atuais

Apesar do crescimento, existem desafios.

  • Risco de base: o gatilho paramétrico pode não se correlacionar perfeitamente com a perda real do segurado (ex: choveu o suficiente para não ativar o gatilho, mas a distribuição irregular da chuva prejudicou a lavoura).
  • Complexidade na estruturação: definir os parâmetros, gatilhos e fontes de dados corretos exige análise técnica aprofundada.
  • Educação do cliente: é fundamental que o cliente compreenda claramente como a apólice funciona e quais eventos disparam (ou não) a indenização.

Os Seguros Paramétricos são uma evolução na forma como gerenciamos riscos no Brasil. Sua capacidade de oferecer pagamentos rápidos e transparentes baseados em gatilhos objetivos os torna ideais para um país com as características do nosso.