As recentes tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm provocado controvérsias e movimentado cadeias produtivas no mundo todo. Com sobretaxas que variam entre 10% e 50% — e em alguns casos ultrapassam os 100% — aplicadas a produtos de mais de 180 países, o cenário internacional está em reconfiguração acelerada.
Embora o Brasil não figure entre os alvos diretos das medidas, os efeitos colaterais já começam a se desenhar. Multinacionais estão revendo estratégias de produção, e algumas empresas, como a Apple, cogitam ampliar a montagem de iPhones no Brasil, buscando reduzir a dependência da China — hoje fortemente atingida por tarifas que chegam a 125%.
Essa realocação de centros de produção pode gerar novas oportunidades, mas também traz desafios. As rotas logísticas estão sendo redesenhadas. O resultado? Possíveis gargalos no transporte global, aumento dos custos de frete e impactos sobre prazos de entrega. Produtos como veículos, eletrônicos e insumos industriais podem ficar mais caros — inclusive no mercado brasileiro.
E é justamente aqui que o setor de seguros entra em cena. A precificação de seguros está diretamente atrelada ao valor dos bens segurados e aos custos de reposição ou reparo. Se os preços sobem, é natural que os valores das apólices também sejam ajustados. Além disso, a escassez de peças e componentes pode prolongar prazos de manutenção e elevar os custos operacionais das seguradoras, gerando impactos que vão além da cobertura: atingem a experiência e a fidelização do cliente.
Em um cenário de incertezas, cresce a relevância da proteção. Em momentos críticos da história — crises econômicas, conflitos ou instabilidade geopolítica —, o seguro tende a ganhar ainda mais espaço. A necessidade de preservar patrimônio, renda e estrutura se intensifica, fazendo com que pessoas e empresas busquem respaldo em soluções que ofereçam previsibilidade e segurança.
Não há vencedores em uma guerra comercial e com as tarifas de Trump, mas há aprendizados e adaptações. O mercado de seguros brasileiro, atento a esses movimentos, tem a oportunidade de mitigar os impactos e de orientar seus clientes com clareza e estratégia. A missão continua: proteger, informar e ampliar o índice de proteção da sociedade.
A expectativa não é de retração, mas de crescimento. E, diante das transformações globais, cabe ao setor seguir evoluindo, mesmo com as tarifas de Trump — com visão de futuro, resiliência e compromisso com o presente.