Facebook Pixel

Comportamento

Endividamento recua pelo segundo mês consecutivo; mercado segurador deve adaptar estratégias

A queda no endividamento das famílias brasileiras sinaliza mudanças importantes no comportamento financeiro, exigindo que seguradoras e corretores ajustem suas ofertas e abordagens

Mercado segurador

O mercado segurador está atento às recentes quedas no endividamento das famílias brasileiras, conforme apontado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Essa mudança pode impactar a demanda por seguros, especialmente em ramos voltados para consumo, como automóveis, saúde e seguros pessoais.

Em agosto de 2024, o percentual de famílias endividadas caiu para 78%, abaixo dos 78,5% registrados em julho. No entanto, o cenário ainda é de cautela, já que os níveis de inadimplência permanecem elevados, o que representa um desafio para as seguradoras.

As seguradoras e corretores de seguros precisam se adaptar a esse ambiente econômico incerto, revisando suas estratégias de comercialização e abordagem. As famílias estão mais cautelosas com o uso de crédito e isso pode resultar em uma retração no consumo de produtos financeiros, incluindo seguros. 

O aumento no número de famílias que se consideram “muito endividadas”, que subiu para 16,8%, exige um acompanhamento mais próximo das seguradoras para ajustar suas ofertas e ajudar os consumidores a equilibrar suas finanças sem comprometer a proteção patrimonial.

Inadimplência e comprometimento da renda: impacto no mercado segurador

A inadimplência permaneceu estável em 28,8% pelo terceiro mês consecutivo, enquanto o percentual de famílias que não devem conseguir pagar suas dívidas subiu para 12,1%. Esses indicadores preocupam o setor segurador, já que um aumento na inadimplência pode resultar em dificuldades para a manutenção de contratos de seguros, especialmente aqueles de longo prazo, como seguros de vida e planos de saúde.

Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, explicou que, apesar da queda no endividamento, o comprometimento médio da renda familiar com o pagamento de dívidas permanece elevado, em torno de 29,6%. 

Esse alto comprometimento, somado aos juros altos, pode limitar a capacidade de novos consumidores contratarem seguros, exigindo que os corretores atuem de forma consultiva, oferecendo produtos mais acessíveis ou ajustados às necessidades de cada cliente.

Desafios e oportunidades para o corretor de seguros

Com o cenário econômico ainda desafiador, o papel dos corretores de seguros torna-se determinante. Além de ajudarem as famílias a reavaliar seus gastos, os corretores podem oferecer soluções que contribuam para a estabilidade financeira, como seguros de vida ou proteção patrimonial, que, em momentos de crise, podem ser essenciais para a segurança das famílias. 

A queda no uso de cartão de crédito, modalidade líder entre as dívidas, e o aumento do crédito pessoal indicam que as famílias estão buscando alternativas com menores taxas de juros, o que pode abrir oportunidades para novos produtos financeiros no portfólio das seguradoras.

Assim, o setor segurador precisa monitorar de perto as mudanças econômicas e seus impactos no comportamento dos consumidores, ajustando suas ofertas para manter a atratividade e relevância no mercado segurador.