Se o corretor de seguros não está na internet, está perdendo negócios. Isso porque há 251,2 milhões de celulares no Brasil. Além disso, 152,4 milhões de brasileiros, ou seja, 70% que usam a internet. E 61% deles compram mais pela internet que nas lojas físicas. Definitivamente, o hábito de consumo do brasileiro mudou, inclusive no setor de seguros.
Essas são pesquisas destacadas pelo corretor de seguros, Fred Almeida, durante um bate-papo com os corretores da Comunidade Lojacorr. O especialista, que também é apresentador do podcast SegPlay Cast, destacou a importância do uso das redes sociais como parte do trabalho do corretor para atender, servir, orientar e obter mais clientes.
Tipos de perfis nas redes sociais
Entre estudos e tendências, Fred Almeida destacou que o perfil pode ser pessoal e profissional dos corretores nas redes sociais. Entretanto, há pesquisas que ditam que o perfil institucional não é o mais querido do público. “No geral, as pessoas estão querendo mudar alguns hábitos do outbound marketing (metodologia de prospecção ativa das empresas que costumam ser mais tradicionais, como as propagandas físicas). Mas principalmente, o contrário. Usando inbound marketing para atrair clientes por meio de conteúdos relevantes. Antes, produtos e serviços eram empurrados. Hoje são ofertados por atração”, destaca.
Ao mesmo tempo, as pessoas têm a opção de assistir o que desejarem, na hora mais oportuna e sob demanda. Para quem vende, esse cenário muda a forma de comercializar. Por isso que o marketing de conteúdo é fundamental nas redes sociais. “Há inclusive canais e ferramentas para cada tipo de posicionamento”, acrescenta.
Qual a importância da internet no mercado de seguros?
Hoje, com os canais disponíveis pelas redes sociais é possível divulgar, promover, vender e atender os segurados. Até mesmo pelo Instagram é possível realizar atendimento. Considerando ainda que essa rede é o segundo app mais usado no Brasil. Cerca de 99% das pessoas usam WhatsApp e 89% utilizam Instagram para troca de mensagens. A frequência é de 74% das pessoas que usam o direct todos os dias. “O messenger do Facebook não deve ser ignorado, pois 27% das pessoas usam o canal todo dia para comunicação”, ressalta Fred Almeida.
Entretanto, para o corretor de seguros é complicado gerir todas as ferramentas, mesmo que o conceito omnichannel seja uma tendência, em que as empresas sejam capazes de atender em diversos canais com a mesma qualidade. Sendo assim, há algumas alternativas. A primeira delas é encontrar ferramentas que já existem no mercado que podem conectar todos os canais. Entretanto, ainda assim é um trabalho bastante dispendioso para que o corretor faça sozinho.
Dessa forma, outra sugestão é ter ajuda profissional para essa gestão. Mas se esse não for o caso, a presença em todos os canais é opcional e depende muito do posicionamento que o corretor quer ter nas redes. Afinal, cada uma tem uma forma e públicos diversificados. “Só que quando se cria um perfil é uma via de mão dupla. O corretor que tiver um perfil nas redes precisa postar e estar preparado para receber respostas. Caso contrário, não cumpre o propósito final de obter resultado por meio do canal. Dependendo, não vale a pena abrir a janela. Até porque não basta viralizar, precisa se manter interessante. Tem que ser observado também as entradas e as saídas de seguidores para ver se aquilo que o profissional conquistou em seguidores não está perdendo na mesma proporção”, cita.
Mas em qual rede social devo estar?
Considerando que cada rede social possui ambientes diferentes, é importante tentar observar qual delas cabe mais para o posicionamento que o corretor deseja dar ao seu negócio. O Youtube, por exemplo, gera autoridade e confiança. Trata-se de uma rede em que é possível fazer vídeos longos, que ensinam e informam. Entretanto, essa rede requer mais produção e profissionalismo nos vídeos e conteúdos, com uma edição mais aprimorada, assim como sistema de som e iluminação.
Já o Instagram gera engajamento e crescimento. É uma rede rápida de entretenimento. Um local em que é possível divulgar o que a pessoa faz e suas opiniões. Um local em que é possível fazer uma ‘novela’ da sua vida. Entretanto, há informações que dizem que são três segundos para prender a atenção de alguém nesta rede.
O Linkedin é uma rede que proporciona conexões e networking. Os conteúdos em vídeo deste canal já superam as visualizações dos em texto. “Se considerar que dois terços da economia é movimentada por negócios B2B (empresas para empresas), o Linkedin é um canal muito propício para este fim, principalmente para corretores que atuam com empresas, tais como saúde empresarial, seguro garantia, entre outros. É também um canal em que é possível fazer consultoria. Além disso, pouca gente usa o Linkedin Ads. É um recurso acessível e direcionado”, explica Fred Almeida.
O Tik Tok é um ponto de atenção para o corretor de seguros. A geração Z está em peso neste canal e já existem profissionais viralizando conteúdo sobre seguros. “Os estudos sobre permanência em redes sociais mostram que o Tik Tok é uma rede em que o brasileiro mais fica e não percebe. Em segundo lugar está o WhatsApp. Em terceiro lugar no ranking está o Youtube e em quarto o Instagram. Para quem deseja atingir a massa esse é um bom canal”, descreve.
O Telegram oferece oportunidades de construir e participar de comunidade. E o WhatsApp é a rede social mais acessada pelos brasileiros. Nela é possível fazer atendimento direto e fechar vendas.
Usuários atingíveis na internet
Num estudo realizado sobre o ranking das plataformas de mídias sociais no Brasil, baseado no número de usuários atingidos por anúncios, apresentado por Fred Almeida, informa que a plataforma mais eficaz neste sentido é o Youtube com 142 milhões de usuários. Em segundo lugar está o Instagram com 135 milhões. O Facebook está em segundo lugar com 119 milhões. Em quarto lugar o Tik Tok com 89 milhões e em quinto o Linkedin com 61 milhões.
Fred Almeida explica que é interessante avaliar os retornos entre anúncios feitos no Google e no Linkedin, para observar o que pode estar valendo mais a pena. “Hoje, a minha corretora tem feito testes para verificar essa equivalência. Até porque queremos estudar ainda redes que ofereçam humanização, indo ao encontro das tendências”, diz.
Tipos de conteúdos
No Instagram, as pessoas buscam mais por conteúdos engraçados, criativos e informativos. A escolha no Tik Tok é também pelos engraçados, criativos e relevantes. No Youtube a ordem muda um pouco. Os conteúdos mais buscados são os informativos, em seguida os engraçados e criativos. Neste canal, os conteúdos úteis estão em quarto lugar nas buscas.
Já para receber ofertas de empresas, o canal preferido dos brasileiros é o email, com 56%. Em segundo lugar, bem distante, está o WhatsApp, com 33%. Na terceira posição estão as notificações por app, com 31%. “Essa pesquisa mostra que os emails ainda valem como ferramenta de marketing, até porque é um recurso barato”, afirma Fred Almeida.
Tráfego pago e orgânico
A frequência de postagem orgânica é muito decisiva em relação ao engajamento. Entretanto, gerar conteúdo pago amplia o raio para ir mais longe. Até porque esse tipo de recurso gera interesse do público que não é apenas direcionado e nichado. “Um exemplo é quem deseja oferecer seguro para automóveis premium. O tráfego pago pode ser direcionado para quem gosta de canetas montblanc e relógios rolex, por exemplo. O anúncio fará com que seja gerado interesse pelo seguro indiretamente. Inclusive, a geração Z busca mais pelas marcas nas redes sociais também”, fala.
Mais sobre o Instagram e ideias de conteúdos
Como o Instagram é a rede social do momento, é sugerido entender um pouco mais sobre ela. Os conteúdos do feed geram autoridade. Já os reels atraem público. O story proporciona engajamento. As lives oferecem conexão e o carrossel, alcance. Uma dica de quantidade de postagem é a teoria ‘fome de conteúdo’. Pela manhã, deve ser feito conteúdo médio com qualidade. Uns 30 segundos no reels é bem interessante. Já no período da tarde, as pessoas costumam estar com pressa. Sugere-se portanto que sejam postados conteúdos rápidos, como memes no reels, de sete segundos. Já à noite, o conteúdo pode ser mais pesado como um carrossel e até mesmo lives. O horário sugerido de postagem é por volta das 20 horas.
Para procurar ideias para postar são indicadas algumas opções. A procura pode ser iniciada pelas hashtags, onde as mais citadas são elencadas. Outra opção é ver os posts que mais se destacaram nos concorrentes. O Pinterest também é um bom recurso para busca de temas. O ‘aswer the public’ é uma ferramenta em que o corretor pode inserir seu nicho nos buscadores para descobrir o que as pessoas estão perguntando sobre sua palavra/nicho.
A inspiração pode também ser encontrada em vídeos no Youtube sobre o conteúdo que o corretor deseja postar. Além disso, adquirir e-books e outros cursos do nicho também ajudam muito. Assim como analisar os comentários das postagens dos concorrentes e encontrar dúvidas frequentes. Da mesma forma que ler livros da área e perguntar aos seguidores o que eles gostariam de saber com o uso das caixas de perguntas. Para usar bem as hashtags pode ser escrito sobre o que é o post, a área de atuação, quem o corretor deseja ajudar, o que o corretor buscar solucionar e a própria marca.
Para humanizar o perfil sem aparecer, as caixinhas de perguntas são novamente uma boa opção. É possível também usar imagens de outras pessoas adicionando contexto e texto. Expor opinião é um recurso para humanizar o perfil, assim como expressar os valores. Mostrar os interesses pessoais aproxima o público sem exposição excessiva.
Ferramentas da Internet
Para apoiar o corretor nesta jornada, Fred Almeida elencou algumas ferramentas que podem servir de impulso para que os corretores de seguros se insiram mais nas redes sociais. São elas: Chatgpt, Teleprompter Floating Notes, Canva, Inshot, Jasper, Unsplash, Gamma, Pexels, Sproutsocial, Buffer, Hootsuite, mlabs, Google Analytics, Facebook Insights, Zendesk, Sales Force, RD Station e Hubspot.