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Recursos Humanos

Ágil e RH: Combinam?

Imagem de Freepik
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Metodologias ágeis, Scrum, Kanban, Lean, Agile Master, Agile Coach… São termos comuns para quem trabalha com atração e seleção de pessoas focado em áreas tech e digital. Muitos RHs sabem o que significam estas palavras e podem ter uma visão básica sobre a aplicabilidade e os benefícios do ágil nas empresas. Aqueles que trabalham em startups e empresas digitais acompanham de camarote, outros de empresas mais tradicionais costumam ouvir falar e acompanhar em palestras, artigos, eventos.

Mas aquele mergulho profundo no ágil, não só incorporando as cerimônias no dia a dia, mas também vivenciando a mentalidade agile não é tão comum de ver.

Aqui vai um trecho do Manifesto Ágil para RH, que precisa ser compartilhado porque é bonito demais:

“Passamos a valorizar:

Redes colaborativas mais do que estruturas hierárquicas

Transparência mais do que sigilo

Adaptabilidade mais do que prescrição

Inspirar e comprometer-se mais do que gerenciar e reter

Motivação intrínseca mais do que recompensas extrínsecas

Ambição mais do que obrigação

Ou seja, apesar de reconhecermos valor nos itens à direita, valorizamos mais os itens à esquerda.”

O ágil no RH diz muito sobre assertividade, isto é, retirar impedimentos, focar no que realmente faz a diferença para os colaboradores, produzir um trabalho que gere valor para as pessoas, incentivar a colaboração e focar na qualidade e nas entregas. É um complemento ao RH 4.0 que compreende o mundo como ele é hoje: BANI. Frágil, ansioso, não linear e incompreensível.

Se identificar com esse pensamento já foi meio caminho andado na nossa construção de uma área de People Ágil na Rede Lojacorr.

Então começamos a parte prática, sempre mediada e acompanhada pelo nosso Agile Coach que lidera o Centro de Agilidade da empresa. De maneira muito paciente e compreendendo as “fases do luto” que passaríamos em deixar de lado um hábito para iniciar outro totalmente novo, começou nossa jornada que perpassou por 3 etapas.

Etapa 1: O início

Começamos estudando o assunto, conhecendo cada vez mais sobre os termos e vivenciando práticas por meio de dinâmicas (boa e velha amiga do rh, né? Tem que ter!). Desenhamos o framework ágil da área, isto é, como as coisas ficariam, e o que foi alinhado e se mantém até o presente momento é:

Temos sprints, que são o nosso ciclo de trabalho, com duração de 2 semanas. Em todo início de sprint temos a planning, uma reunião de 1h com o objetivo de, como o nome diz, planejar quais as atividades e projetos serão entregues durante a sprint atual. No dia a dia temos as nossas dailies, reuniões curtinhas de 15 minutos em que compartilhamos sobre o que fizemos no dia anterior, quais os nossos planos para o dia, se temos impedimentos ou não. E no final do ciclo temos a review, horário destinado para revisar as entregas de todo o ciclo, e a retrospectiva (ou retrô para os chegados!), quando falamos sobre o que deu certo, o que não deu certo e planos de ação para a próxima sprint. Esse plano de ação funciona como um PDCA, mas muito mais rápido e moderno, ele sempre aparece incorporado na próxima planning e relembrado ao longo da sprint. 

Implementamos essas cerimônias na nossa rotina, e elencamos duas pessoas importantíssimas para que tudo isso acontecesse:

Nossa P.O: Chame de Product Owner ou dona do produto, é quem responde pela nossa grande entrega, as ações de Gente e Gestão. Ela garante que não tenhamos impedimentos e consigamos fazer com que as coisas aconteçam, além de nos dar direcionamento e nos apoiar com a priorização, conectando nossas micro atividades com o olhar do cliente e estratégia da empresa. Nossa P.O. é sempre nossa head, Luciana Grande.

A pessoa Agile Master: É quem media todas as agendas, traz ferramentas para os encontros, cria as apresentações, faz provocações, incentiva reflexão e autoanálise, apresenta soluções. No nosso caso, a pessoa Agile Master sempre é diferente, escolhemos em conjunto quem será a pessoa da vez.

Para quem gosta de saber das ferramentas, nossa área de Gente e Gestão da Lojacorr utiliza o Jira (principalmente o Kanban), MiroMural, e às vezes Power BI quando o nosso analista de C&S está animado. Por vezes usamos o Canva para criar nossas artes, Youtube para fazer o cérebro fluir melhor. E algo importante da nossa equipe: Sempre usamos a nossa criatividade para trazer inovação e descontração aos encontros. Autenticidade!

Etapa 2: Adaptação e rotina

Com o tempo, fomos nos habituando com os rituais e criando um compromisso com eles, até virar automático para nós atualizar nossas tarefas no Jira e entrar nas dailies 9h30 da manhã, por exemplo.

Todas as nossas atividades de rotina que envolvem prazos, compromissos com o governo e com os colaboradores e que se repetem todo mês, são consideradas na sprint mesmo assim. Temos alguns macetes que facilitam o preenchimento delas na ferramenta por meio de clones.

Quando uma entrega dura mais de 15 dias para ser realizada, quebramos ela em atividades, ou simplesmente a mantemos na próxima sprint.

São exemplos de como adaptamos a metodologia para a nossa realidade. 

Etapa 3: Maturidade e evolução (estamos nela agora!)

Somos um RH Ágil.

Mas isso não quer dizer que estamos prontos. Muito pelo contrário! Estamos em constante evolução, e isso também é o que nos torna ágeis.

A cada sprint procuramos trazer ferramentas, indicadores, provocações novas que façam sentido para o momento da equipe e da empresa. Lembra do BANI? É sobre acompanhar o ritmo constante de mudanças do entorno.

Queremos cada vez mais acompanhar os indicadores de quantidade de entregas de cada sprint, quantidade de impedimentos, estimativa de tempo de entregas, o humor da equipe e nossa confiança ao longo dos ciclos, colocar nossos planos de ação em prática.

Também não renunciamos à humanização, temos feito reuniões de cafezinho virtual ao longo da semana e também estimulado a pergunta: O que você fez de bom pra você ontem?

E quando olhamos para trás, é incrível ver o quanto o senso de coletividade sempre está presente e a colaboração só cresce em nosso time. Em todas as retrôs o card “trabalho em equipe” sempre está lá quando falamos sobre o que deu certo na última sprint.