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PDMS

Plano de desenvolvimento do mercado segurador deve aquecer o setor

Baseado em 4 eixos e 65 iniciativas, o PDMS valoriza o envolvimento de corretores e avança na participação do setor no PIB nacional

Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Dyogo de Oliveira
Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Dyogo de Oliveira

Baseado em 4 eixos e 65 iniciativas, o PDMS valoriza o envolvimento de corretores e avança na participação do setor no PIB nacional

Priorizando o desenvolvimento do mercado de seguros no país, o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Dyogo de Oliveira, apresentou durante a 7ª Convenção Nacional Lojacorr – LC Summit, em Curitiba-PR, uma análise sobre a perspectiva de mercado, dados do setor de seguros, representatividade da indústria seguradora para a economia nacional e os principais obstáculos para seu crescimento. 

Um dos primeiros assuntos debatidos por Oliveira foram os dados do setor de seguros focados no Paraná (PR) em que um dos levantamentos apresentados, demonstrou que o estado é o 5º no ranking de participação da arrecadação estadual do total nacional do setor, registrando 6,4% arrecadado. Para ele, o PR acompanha bem a média nacional e têm se destacado constantemente. 

Além disso, o presidente da CNSeg também apontou as principais preocupações sobre o desenvolvimento econômico brasileiro. “Temos um cenário macroeconômico muito desafiador. Desde a década de 80 o Brasil perdeu a rota de crescimento. Em 100 anos a taxa média de crescimento do Brasil é de 5%, em 50 anos é de 3% e de 10 anos é 0%. Não consigo explicar o desempenho econômico do Brasil. Temos tesouro independente, contas públicas transparentes, inflação baixa e por que não conseguimos decolar esse país? Olhando os dados vemos que o Brasil cresceu 1,5% ao ano, abaixo da média mundial. E olhando pra frente, mesmo melhorando, ainda vamos crescer 0,75% abaixo da média global. O grande problema do Brasil é a percepção de risco do país ser muito elevada. Vemos autoridades falando coisas que depois não fazem, mas gera a percepção que estamos em colapso a beira de uma grande crise, atrapalhando esse desenvolvimento”, defende.

Em contrapartida a esse baixo crescimento, Oliveira mostrou o quanto o mercado de seguros é um dos poucos que nos últimos 20 anos cresceu constantemente acima da média do PIB nacional, mas que hoje, 67% dos trabalhadores ganham menos de dois salários mínimos e só temos 25% da população com planos de saúde, por exemplo. “Precisamos olhar para os outros 70% e ver o que eles precisam, o que consomem, onde consomem e como falar com eles”, explica. Ainda defende a necessidade de falar a linguagem direta, coloquial e acessível. “Não falar com eles a linguagem ‘segurequês’, mas com esse públicor precisamos falar o português simplificado. Temos que começar a falar com essas pessoas que totalizam 160 milhões de brasileiros que hoje estão fora do público alvo direto do mercado de seguros. Temos potencial de crescimento e canais de distribuição e corretores qualificados”, defende.

Sobre essa necessidade, o presidente da CNSeg apresentou o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS), lançado em março deste ano. Com o objetivo de, por meio de metas claras, gerar mudanças do ecossistema do seguro com impacto no desenvolvimento sustentável do setor e, consequentemente, na sociedade brasileira.

Para o Diogo Arndt Silva, presidente do Conselho de Administração da Lojacorr, maior rede de corretoras de seguros independentes do país e responsável pela convenção, a qual Oliveira palestrou, o PDMS é fundamental, inovador e pensa nos benefícios do corretor de seguros e nas necessidades do consumidor final. “Sabemos hoje que, a grande maioria da população, não tem acesso ao seguro por desconhecimento, falta de produtos e de renda. Colocar o plano em prática, modificará consideravelmente essa realidade para dar a população brasileira uma oportunidade, mais conhecimento e produtos corretamente desenhados à sua necessidade. Sempre reforçando o papel primordial do corretor de seguros, das relações humanas aliada às tecnologias, além de promover um mercado mais  unido, remando na mesma direção. A Lojacorr está entusiasmada com o plano e queremos juntos, mostrar não só o quanto nosso setor cresce, mas o que ele é capaz de retornar para a sociedade”, fala. 

Já que o PDMS fará uma devolução do setor para a sociedade, com o pagamento de indenizações, pecúlios, resgates e sorteios, crescerá para 6,5% do PIB, o que fará do mercado de seguros o grande protetor da sociedade brasileira.

Sobre o PDMS

O Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS) da CNseg reúne propostas da Fenacor, FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap. Com ações focadas no setor de 2023 a 2030, tanto no âmbito do setor público quanto no do privado, o objetivo é turbinar o setor de seguros, agregando mais 20% de segurados até 2030 e avançando a participação do setor no PIB para que possa atingir 10% em sete anos.

Segundo Oliveira, o PDMS foi criado focado no cliente, no qual foram avaliados os riscos, com estímulo ao crescimento dos seguros mesmo com a economia em crise, incluindo todas as mudanças de hábitos de consumo e das novas inovações e tecnologias. Ao todo, apresenta 65 iniciativas divididas em quatro eixos: desenvolvimento da imagem do setor junto aos consumidores, qualificação e desenvolvimento dos canais de distribuição, aperfeiçoamento, modernização e lançamento de produtos e melhor eficiência regulatória, especialmente no desenvolvimento do mercado para o Open Insurance, plataforma aberta de seguros. 

Quanto ao primeiro eixo, Oliveira destacou a necessidade de ampliar o conhecimento das pessoas acerca do setor. “Temos que: falar, falar falar. Comunicar, comunicar e comunicar. Ampliamos os canais de comunicação e estamos levando a mensagem para as pessoas de que seguro é algo que faz bem. Afinal, é o único produto da face da terra que podemos falar: quanto mais melhor. Mas o seguro sim! Quanto mais puder ter seguro, melhor para a pessoa”. 

O PDMS, além do passo a passo para o avanço do setor, também aborda informações socioeconômicas, já que hoje a indústria de seguros representa, hoje, 6,6% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, e a projeção é ter uma participação de 10% até 2030. Em sua participação, Dyogo de Oliveira também destaca que o PDMS traz sugestões de propostas de flexibilização de produtos de saúde para 70 milhões de brasileiros que ganham até dois salários mínimos, bem como conversas com a Receita Federal para ter incentivos para produtos de acumulação de renda, conhecido como Universal Life.