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Novo superintendente da Susep aponta foco em inovação tecnológica para desenvolvimento do setor

Alessandro Octaviani apresentou os três eixos estratégicos para sobre sua atuação durante evento voltado para insurtechs.

Novo superintendente da Susep aponta foco em inovação tecnológica para desenvolvimento do setor

Alessandro Octaviani apresentou os três eixos estratégicos para sobre sua atuação durante evento voltado para insurtechs

O novo titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alessandro Octaviani, realizou a palestra de abertura do Insurtech Brasil 2023, evento realizado em São Paulo, na última terça-feira (06/06). Octaviani apresentou o quadro geral de surgimento das insurtechs – “cruzamento do mundo do seguro com a inovação tecnológica”.

“Minha mensagem é a melhor possível, porque do ponto de vista normativo, temos um ordenamento jurídico muito farto, o Brasil é para ser muito inovador tecnologicamente. Está escrito na nossa Constituição, no artigo 219, que dentre outros pontos fala que o mercado interno e o patrimônio nacional buscarão autonomia tecnológica. Imagine um país que tem como princípio impulsionar a inovação. Por mais que tenhamos circulação de mercadoria, a riqueza das nações é traduzida pela capacidade de gerar inovação tecnológica, trazendo aumento de produtividade para revolucionar aquele momento da história da humanidade”, disse o superintendente.

“Na outra ponta, o artigo 192 da Constituição fala que o sistema financeiro tem que se estruturar para organizar e viabilizar desenvolvimento nacional. E aqui coloco três grandes desafios que o órgão de regulação e fiscalização do mercado de seguros tem para organizar simultaneamente inovação tecnológica e um sistema financeiro vocacionado ao desenvolvimento nacional”, completou.

Alessandro Octaviani definiu três eixos estratégicos para atuação da Susep favorecer a inovação:

  1. Desafio da transição ecológica

“O mercado de seguros e a inovação tecnológica de seguros são absolutamente estratégicos. Veja o tamanho do nosso desafio e da nossa possibilidade de contribuição. Temos um imenso desafio, mundial, mas no Brasil temos programas vocacionados para isso, a começar por um grande programa com o Ministério da Fazenda para incentivo à transição ecológica com muitas dimensões, dentre as quais o setor de seguros é absolutamente relevante”, disse, ressaltando que isso traz oportunidade de novos negócios. “O conceito de insurtech que surge do impulso empresarial, precisamos de muita tecnologia, que em algum momento a startup se transformará em uma seguradora, a insurtech será um case. Insurtech não é apenas a ideia de que uma seguradora receberá impulso tecnológico, mas pode ser de uma futura empresa que no alto de sua capacitação tecnológica vai resolver os dilemas que a sociedade nos traz”, analisou. 

“Entendemos que a Susep e os poderes públicos podem ser fator de propulsão do mercado, ajudar o mercado a encontrar os caminhos, de forma positiva e propositiva. As insurtechs podem contribuir muito criando soluções para a prevenção dos riscos da transição ecológica, podem resolver problemas caros ao brasil, como a enorme produção alimentar na agroindústria”, mostrou.

  1. Riscos cibernéticos

 Para Octaviani, o desafio dos riscos cibernéticos vai muito além do vazamento de dados e a relação com a privacidade e o dano individual: está colado à segurança nacional. “Temos um ambiente de alta complexidade para a produção de segurança”, disse. 

“No Brasil, ainda não se fala disso do jeito que deveria, mas para os países que tomam isso como política central, como a China e os Estados Unidos, é uma questão relevante para a segurança nacional. É desse ponto de vista que a Susep olhará: pela busca de soluções securitárias no mercado privado e, simultaneamente, de soluções de segurança públicas que possam dialogar com a soberania e a segurança nacional como um todo”, apontou.

  1. Cuidar de gente

Segundo o superintendente, o estado trabalha para cuidar de gente. “Temos que cuidar de brasileiros e brasileiras e nós olhamos a quantidade de pessoas que não têm acesso ao seguro, sendo que aqui no Brasil estamos diante do maior potencial das grandes economias, nas mais variadas ofertas de tipos de produtos securitários”. Em sua visão, todos que um dia pensaram em abrir uma insurtech fizeram para encurtar a distância entre o produto de seguros e o consumidor, notadamente dando acesso a quem não tem. “No universo de 20 milhões de consumidores, precisamos aproveitar a margem de crescimento na distribuição de renda no Brasil, pequena que seja, e incorporar o setor de seguros, assim seremos capazes de criar grande mudança. Nisso temos outro desafio, de estruturar o acesso às garantias securitárias para as pessoas”, afirmou.

“Os três desafios civilizacionais do Brasil trazem um ciclo de possibilidades para todos”, garantiu. “Nós conseguiremos expandir a base de acesso às garantias securitárias, e com isso ter uma nova expansão no país, zelando pelo mercado de ponta a ponta. Resolver os grandes desafios das insurtechs significará resolver parte dos grandes desafios que temos como país”, apontou.

Trazendo o cenário das próximas ações, Octaviani comentou sobre ajustes no sistema das sandbox. “Tivemos edições passadas do sandbox, a maioria do público aqui está familiarizada com este ambiente, e tivemos grandes acertos. Nosso desafio agora é compreender esses acertos, como continuamos essa trajetória para que o sandbox possa continuar a ser um estimulador para nossas empresas de alta tecnologia do mercado de seguros”.

Para ele, os três eixos não são desafios somente do mercado de seguros, e, portanto, não somente da Susep. “Precisamos identificar parceiros que são capazes de criar conosco essa infraestrutura institucional. Então tem desafios para a própria Susep, de ver como temos que olhar para o próprio ecossistema para fazer do setor de seguros um impulsionador da tecnologia. Já posso adiantar que temos grandes parceiros no estado brasileiro, que têm muita simpatia por setores que inovam, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) ou o Ministério da Fazenda, em sua preocupação em criar um programa de transição ecológica que seja o mais abrangente possível, para impulsionar a economia brasileira. Temos que aproveitar oportunidades como essa”.

“A mensagem da Susep é de agradecimento pela abertura deste canal de diálogo e de abertura com cada um de vocês com este pedaço do mercado, das insurtechs. Quero  que saibam que na Susep vocês têm um parceiro para a construção de um novo patamar para a economia brasileira”, finalizou.